terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Panvel está vendendo livro sobre o bairro Moinhos de Vento


Graças a uma gentileza do Júlio Mottin, proprietário da Panvel Farmácias, os últimos exemplares de meu livro Moinhos de Vento – Histórias de um bairro de Porto Alegre estão sendo vendidos em quatro lojas do grupo. São, justamente, as lojas situadas no bairro Moinhos de Vento, nas ruas 24 de outubro, Goethe, Padre Chagas (foto). E o livro está bombando na Panvel, sobretudo no Moinhos Shopping. Trata-se de um sucesso que vem sendo constante desde que a obra foi lançada, em outubro de 2008. Moinhos de Vento – Histórias de um bairro de Porto Alegre também está disponível nas livrarias Saraiva dos shoppings Moinhos e Iguatemi.
Para os que pensam que o Moinhos de Vento é apenas o Parcão, o Hotel Sheraton, o Moinhos Shopping, a Padre Chagas e a hoje extinta Calçada da Fama, vejam só o elenco que morou ou esteve ligado ao bairro em mais de 100 anos de sua existência:

A.J. Renner, Getúlio Vargas, Érico Veríssimo, Leonel Brizola, Ildo Meneghetti, João Goulart, Caetano Veloso, Daiane dos Santos, Clodovil, Thomaz Koch, Castelo Branco, Dom João Becker, Dom Vicente Scherer,Flores da Cunha, Alberto Bins, Elis Regina, Jair Rodrigues, Miriam Makeba, João Wallig, Paixão Côrtes, Breno Caldas, Maurice Chevalier, Herman's Hermits, João Gilberto, Maria Bethânia, Abramo Eberle,Florêncio Ygartua, Loureiro da Silva, Frei Betto,Pablo Komlós, Oswaldo Aranha, Lindolfo Collor, Antônio e Laura Mostardeiro...

Estes são apenas alguns dos mais de 250 personagens cujas histórias são contadas em Moinhos de Vento – Histórias de um bairro de Porto Alegre. Escrito por mim, Carlos Augusto Bissón, a obra é uma publicação da Editora da Cidade (Secretaria Municipal de Cultura) e do Instituto Estadual do Livro (IEL). Não se trata, porém, de um trabalho cujo interesse se restringe apenas àquela região da cidade. Pelo contrário, os assuntos abordados em Moinhos de Vento – Histórias de um bairro de Porto Alegre dizem respeito à história da capital gaúcha e do Rio Grande do Sul.

Nas 244 páginas da obra, 20 das quais com fotos, mostro, entre outros assuntos, que o Moinhos se tornou uma confluência, nunca mais repetida na cidade, do dinheiro “novo” com o dinheiro “velho”. Membros de famílias célebres no Estado – Assis Brasil, Chaves Barcellos – conviviam no bairro com os criadores e proprietários de marcas empresariais famosas (Varig, Ipiranga, Panvel, Foernges, Taurus, entre outras). O bairro foi cenário dos agitados acontecimentos pré e pós- 64, já que, nesta época, o centro do poder do Rio Grande do Sul estava instalado ali: o Governador Ildo Meneghetti, seu antecessor, Leonel Brizola, o presidente da Fiergs, Plínio Kroeff, e o da Farsul, Oscar Carneiro da Fontoura. E, quando estava em Porto Alegre, o presidente João Goulart se hospedava no apartamento da mãe, Vicentina (Edifício Santa Luiza, na 24 de outubro).

MODERNIDADE E TRADIÇÃO NO MOINHOS

Se seu passado é fulgurante de história e tradição, o Moinhos de Vento foi pioneiro, também, em certos aspectos vinculados à modernidade que se tornaram, posteriormente, rotineiros em Porto Alegre. A primeira piscina particular da cidade foi construída no bairro, assim como a pioneira galeria comercial situada fora do Centro. O Moinhos também foi sede das inéditas lojas dedicadas exclusivamente à venda de CDs e à decoração de ambientes. Os Edifícios Arachane, Floragê e Jorge V abrigaram os maiores apartamentos construídos na capital em suas respectivas épocas. Além disso, duas inovações comportamentais surgidas no bairro estão hoje incorporadas de tal forma ao nosso cotidiano que nem percebemos o impacto revolucionário que causaram em sua época. Foi no Moinhos (Rua Quintino Bocaiúva) que Fernando Mendes (Fernandinho) lançou um dos primeiros, senão o primeiro, salão de cabeleireiros masculino do Brasil. E a 24 de outubro era o endereço da Academia do Parque, que disseminou em Porto Alegre o culto aos exercícios e à forma física vigente até hoje.
E há histórias que hoje parecem inacreditáveis, como as corridas de carros no nas quais os rapazes ficavam nus em cima dos veículos. O local era um grande point da juventude nos anos 70, que se reunia ali às centenas para conversar e namorar em voltas dos trailers de cheeseburger.

Além disso, Moinhos de Vento – Histórias de um bairro de Porto Alegre narra a construção do Hipódromo, do Estádio do Grêmio e da Hidráulica. Outra menção importante são os grandes shows nacionais e internacionais promovidos pelo Grêmio Náutico União e Associação Leopoldina Juvenil: Elis Regina e Jair Rodrigues, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Brenda Lee, Domenico Modugno, Maurice Chevalier, Herman's Hermits etc. O livro também conta a história de três assassinatos que abalaram a cidade: o fantasmagórico “crime da Lagoa dos Barros”, o chamado “ Caso Margit Kliemann” e a morte de José Antônio Daudt.
Os elogios a Moinhos de vento - Histórias de um bairro de Porto Alegre se sucedem. O historiador Voltaire Schilling afirmou que a obra é “uma história social da elite gaúcha escrita com notável fluência, na qual, tendo como ponto de referência um bairro de Porto Alegre, é retratada toda a grandeza de um Rio Grande do Sul que o vento levou”. Por sua vez, o articulista Jaime Cimenti escreveu no Jornal do Comércio (Caderno Viver, 24/10/2008) que "a longa e cuidadosa pesquisa resultou numa obra que já nasce clássica, referencial e inspiradora de novos estudos". E Luís Augusto Fischer considerou o livro uma “preciosidade”. Ele é “bem concebido”, escrito num “português culto” e apresenta uma “leitura histórica de fôlego”, a qual “não dá para parar de ler” (Zero Hora, Segundo Caderno, página 6, 28/10/2008).

4 comentários:

MARCI - AROMATIC THERAPY disse...

Muito interessante a história do bairro e como descrevestes. Vou procurar o teu livro e adquirilo.
Parabéns!

Abç Marci Goelzer

Johnson, Vanessa disse...

Oi Bisson,
Há duas Feiras do Livro atrás dividimos um táxi com a Marianna. Delá para cá reuni um pouco das minhas pesquisas sobre Aloisio Magalhães em http://aloisiomagalhaesbr.wordpress.com.br
Agora resolvi reunir uns achados sobre a Elis, pois fiz um trabalho sobre ela em 1990, na disciplina de Cultura Brasileira, na Unisinos. Há poucos dias atrás o resgatei no quarto da bagunça, daí me motivou a pesquisar mais e criei o http://umataldeelis.blogspot.com
Na revista Arquipélago li um texto teu, posso incluí-lo.
Com um abraço, Vanessa

Matheus Giglio disse...

Caro Carlos,

sou produtor do SBT Brasil. Gostaria de entrevistá-lo para uma reportagem sobre o Bairro Moinhos de Vento. A reportagem será veiculada hoje. Você pode me passar um contato telefônico?

meu e-mail é: matheuss_giglio@hotmail.com

Carlos Augusto Bisson disse...

Oi, Marci. Obrigado pelos elogios.
Vanessa, desculpe o atraso na resposta.Naõs ei se ainda é possível, mas pode incluir meu texto, desde que com a minha assinatura.Abraços a todos.