sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Debate sobre o bairro Moinhos de Vento no Lorita

No anoitecer de quarta-feira (17/12), eu e Mário Kerber fizemos um debate sobre o bairro Moinhos de Vento no pátio coberto de parreiras do Lorita Restaurante (Castro Alves, 678, bairro Rio Branco, Porto Alegre). Foi uma promoção da Nexo Comunicações da jornalista Rejane Martins ( na extrema direita da foto, de pé e de blusa e calça escuras), responsável por um dos eventos mais bem sucedidos da cidade, o Mesa de Cinema.

O leitmotiv do debate foi meu livro, Moinhos de vento - Histórias de um bairro de Porto Alegre. Houve intensa participação do público presente, já que o Moinhos, como se sabe por aqui, é uma das áreas mais badaladas da capital. E, ao que parece, não só dela. Dizem, não sei se é verdade, que o Narrador Galvão Bueno teria declarado no Bem, amigos do SportTV que a Rua Padre Chagas seria o maior (ou um dos maiores) point de encontros do Brasil. Sendo assim, não é de se admirar que, tendo se iniciado perto das 20h, a discussão sobre o Moinhos tenha se estendido até as 22h. Entre os presentes, estava o jornalista Roger Lerina, que assina a ContraCapa do Segundo Caderno de Zero Hora.

Curiosamente, o Lorita Restaurante fica numa área pertencente, no início do século XX, à chácara de Antônio Mostardeiro (e de sua mulher, Dona Laura, ambos nomeando, hoje, duas das ruas mais conhecidas dos bairros Moinhos de Vento e Rio Branco). Ou seja, o local do debate sobre Moinhos de Vento - Histórias de um bairro de Porto Alegre não poderia ser mais apropriado. A proprietária é a psiquiatra Roberta Horn Gomes ( na foto, de pé e de blusa verde). Ela e o chef Peter Knoblich (na foto, entre Roberta e Rejane) tornam o Lorita um dos espaços gastronômicos mais interessantes da cidade. Enquanto eu e o Mário conversávamos com o público, por exemplo, nos foi servida uma iguaria absolutamente inédita: tomates defumados. Quem provou, pessoal, não esquece o sabor. Nem nos passou pela cabeça que aquela inigualável delícia poderia ser um prosaico tomate. Aliás, esse item é uma exclusividade do Lorita, que tem defumador próprio. Vale a pena conhecer o restaurante, que serve carnes, peixes e funghis muitos saborosos.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

História social da elite gaúcha em livro sobre bairro de Porto Alegre


Se você pensa que o bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, é apenas o Parcão, o Hotel Sheraton (foto), o Moinhos Shopping, a Padre Chagas e a Calçada da Fama, veja só o elenco que morou ou esteve ligado ao bairro em mais de 100 anos de sua existência:

A.J. Renner, Getúlio Vargas, Érico Veríssimo, Leonel Brizola, Ildo Meneghetti, João Goulart, Caetano Veloso, Daiane dos Santos, Clodovil, Thomaz Koch, Castelo Branco, Dom João Becker, Dom Vicente Scherer,Flores da Cunha, Alberto Bins, Elis Regina, Jair Rodrigues, Miriam Makeba, João Wallig, Paixão Côrtes, Breno Caldas, Maurice Chevalier, Herman's Hermits, João Gilberto, Maria Bethânia, Abramo Eberle,Florêncio Ygartua, Loureiro da Silva, Frei Betto,Pablo Komlós, Oswaldo Aranha, Lindolfo Collor, Antônio e Laura Mostardeiro...

Estes são apenas alguns dos mais de 250 personagens cujas histórias são contadas no livro Moinhos de Vento – Histórias de um bairro de Porto Alegre. Escrito por mim, Carlos Augusto Bissón, a obra é um lançamento da Editora da Cidade (Secretaria Municipal de Cultura) e do Instituto Estadual do Livro (IEL). Não se trata, porém, de um trabalho cujo interesse se restringe apenas àquela região da cidade. Pelo contrário, os assuntos abordados em Moinhos de Vento – Histórias de um bairro de Porto Alegre dizem respeito à história de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.

Nas 244 páginas da obra, 20 das quais com fotos, mostro, entre outros assuntos, que o Moinhos se tornou uma confluência, nunca mais repetida na cidade, do dinheiro “novo” com o dinheiro “velho”. Membros de famílias célebres no Estado – Assis Brasil, Chaves Barcellos – conviviam no bairro com os criadores e proprietários de marcas empresariais famosas (Varig, Ipiranga, Panvel, Foernges, Taurus, entre outras). O bairro foi cenário dos agitados acontecimentos pré e pós- 64, já que, nesta época, o centro do poder do Rio Grande do Sul estava instalado ali: o Governador Ildo Meneghetti, seu antecessor, Leonel Brizola (na foto, com a mulher Neuza e os três filhos), o presidente da Fiergs, Plínio Kroeff, e o da Farsul, Oscar Carneiro da Fontoura. E, quando estava em Porto Alegre, o presidente João Goulart se hospedava no apartamento da mãe, Vicentina (na foto, ambos estão no imóvel do Edifício Santa Luiza, na 24 de outubro).

MODERNIDADE E TRADIÇÃO NO MOINHOS

Se seu passado é fulgurante de história e tradição, o Moinhos de Vento foi pioneiro, também, em certos aspectos vinculados à modernidade que se tornaram, posteriormente, rotineiros em Porto Alegre. A primeira piscina particular da cidade foi construída no bairro, assim como a pioneira galeria comercial situada fora do Centro. O Moinhos também foi sede das inéditas lojas dedicadas exclusivamente à venda de CDs e à decoração de ambientes. Os Edifícios Arachane, Floragê e Jorge V abrigaram os maiores apartamentos construídos na capital em suas respectivas épocas. Além disso, duas inovações comportamentais surgidas no bairro estão hoje incorporadas de tal forma ao nosso cotidiano que nem percebemos o impacto revolucionário que causaram em sua época. Foi no Moinhos (Rua Quintino Bocaiúva) que Fernando Mendes (Fernandinho) lançou um dos primeiros, senão o primeiro, salão de cabeleireiros masculino do Brasil. E a 24 de outubro era o endereço da Academia do Parque, que disseminou em Porto Alegre o culto aos exercícios e à forma física vigente até hoje.

E há histórias que hoje parecem inacreditáveis, como as corridas de carros no Parcão, nas quais os rapazes ficavam nus em cima dos veículos. O local era um grande point da juventude nos anos 70, que se reunia ali às centenas para conversar e namorar em voltas dos trailers de cheeseburger.

Além disso, Moinhos de Vento – Histórias de um bairro de Porto Alegre narra a construção do Hipódromo, do Estádio do Grêmio e da Hidráulica. Outra menção importante são os grandes shows nacionais e internacionais promovidos pelo Grêmio Náutico União e Associação Leopoldina Juvenil: Elis Regina e Jair Rodrigues (foto), Caetano Veloso, Maria Bethânia, Brenda Lee, Domenico Modugno, Maurice Chevalier, Herman's Hermits etc. O livro também conta a história de três assassinatos que abalaram a cidade: o fantasmagórico “crime da Lagoa dos Barros”, o chamado “ Caso Margit Kliemann” e a morte de José Antônio Daudt.
Os elogios a Moinhos de vento - Histórias de um bairro de Porto Alegre se sucedem. O historiador Voltaire Schilling afirmou que a obra é “uma história social da elite gaúcha escrita com notável fluência, na qual, tendo como ponto de referência um bairro de Porto Alegre, é retratada toda a grandeza de um Rio Grande do Sul que o vento levou”. Por sua vez, o articulista Jaime Cimenti escreveu no Jornal do Comércio (Caderno Viver, 24/10/2008) que "a longa e cuidadosa pesquisa resultou numa obra que já nasce clássica, referencial e inspiradora de novos estudos". E Luís Augusto Fischer considerou o livro uma “preciosidade”. Ele é “bem concebido”, escrito num “português culto” e apresenta uma “leitura histórica de fôlego”, a qual “não dá para parar de ler” (Zero Hora, Segundo Caderno, página 6, 28/10/2008).
O livro está sendo vendido nas principais livrarias de Porto Alegre (sobretudo as dos shoppings) ao preço médio de 25 reais. Não deixe de ler !

A noite em que o Moinhos ganhou o seu livro


Desde que foi lançado na Saraiva do Moinhos Shopping (15/10), um livro está causando sensação no bairro Moinhos de Vento. Trata-se de Moinhos de Vento - Histórias de um bairro de Porto Alegre (Editora da Cidade/Instituto Estadual do Livro), escrito por este jornalista. Para não ser "do contra" e seguir o estilo autocongratulatório de um setor importante do jornalismo gaúcho, pode-se dizer a festa de lançamento "parou o shopping". Vale a pena relembrar esse evento, que não recebeu o devido detalhamento pela imprensa local (com exceção dos colunistas Paulo Gasparotto, de O Sul, e Eduardo Bins Ely, do Jornal do Comércio, presentes na ocasião).

Marcada, por exemplo, para começar às 19h30 de uma quarta-feira, a sessão de autógrafos teve de ser antecipada em 15 minutos, pois já havia uma dúzia de pessoas esperando pelo autor. E, desde então, não larguei mais a caneta. A noite foi longa: a fila só terminou às 22h30. Foi a sessão de autógrafos de maior sucesso da Saraiva do Moinhos Shopping desde que ela assumiu o controle da antiga Livraria Siciliano: 192 exemplares foram vendidos. Trata-se de um número excepcional para o mercado gaúcho, se considerarmos que o movimento de compras de uma livraria, decidamente, não é o de uma churrascaria.

O créme de la créme dos descendentes dos moradores do Moinhos de Vento dos anos 30 e 40 compareceu em peso ao evento. Estavam lá, entre outros, Mariette Meyer, filha de Otto Mayer ( fundador da Varig), e seu marido, Roberto Bier da Silva; Ingrid Wallig (neta de João Wallig); Ildo Meneghetti, neto e homônimo do ex-governador do Rio Grande do Sul; Ruy Brossard de Souza Pinto, irmão do ex-senador do RS; Lívia e Ismael Chaves Barcellos, da histórica família que dominou as colunas sociais do Estado durante décadas; Beatriz Bülau Dable, filha do ex-presidente do Clube do Comércio e construtor da sede da entidade na Rua dos Andradas ( Ernesto Bülau); o casal Pedro Herrmann e Vera Sassen Herrmann( neta de Bernardo Sassen, proprietário da célebre Cervejaria Continental, vendida, nos anos 40 à Brahma); Cláudia Santos Rocha, neta do homem que construiu a primeira piscina particular do Moinhos e de Porto Alegre, Fábio Netto; e Rosa Tschiedel Santo Meneghetti, filha do proprietário da extinta Casa Tschiedel.

Merece menção especial a presença de três senhoras octogenárias de extraordinária energia e lucidez que muito contribuíram para que Moinhos de Vento - Histórias de um bairro de Porto Alegre se tornasse realidade: a antiga moradora da Rua Barão de Santo Ângelo, Carlinda Godoy (filha do Doutor Jacinto Godoy, fundador do Sanatório São José e primeiro presidente da Sociedade de Psiquiatria do RS); Maria da Glória Martins Costa Beck, viúva do ex-deputado do PTB cassado pelo regime militar Mariano Beck, e residente na Félix da Cunha; e Lea Barth Gerbase, moradora pioneira da Rua Santo Inácio(1926) e mãe do cineasta Carlos Gerbase.

Do mundo empresarial, compareceram Júlio Mottin Filho (Rede Panvel de Farmácias), que se criou no Moinhos; Claiton Franzen, proprietário do Dometila Café, um dos points mais originais do bairro (Praça Maurício Cardoso); Antônio Bastos Ulrich, da Uma Incorporadora; e Bárbara e Fernando Goldsztein. Tanto a Uma quanto a Goldsztein se caracterizam pela construção de edifícios residenciais "Classe A" no Moinhos de Vento.

Finalmente, a festa de lançamento do livro que conta a história do mais tradicional e sofisticado bairro de Porto Alegre teve a presença do titular da Secretaria Municipal de Cultura e responsável pela publicação, Sergius Gonzaga;do secretário municipal da Fazenda, Cristiano Tatsch; da secretária de Coordenação Política e Governança Local, Clênia Maranhão; do ex-deputado estadual Luiz Fernando Staub; e de Isabella Fogaça, Primeira Dama do municípío, representante do Prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (que não compareceu por estar envolvido na campanha política que resultou na sua reeleição).

Em suma, foi uma noite de gloriosa e rara civilidade.

sábado, 29 de novembro de 2008

Homenagem ao autor de livro sobre o Moinhos na Tobias da Silva


Na noite de terça-feira (25/11), fui homenageado na loja Maria Teresa - Objetos Decorativos (Tobias da Silva nº 174, Moinhos de Vento). A honra se deveu à receptividade obtida por meu livro, Moinhos de Vento - História de um Bairro de Porto Alegre.
Maria Teresa Taschetto, Teresa Yustas ( proprietária da confeitaria Primavera), e Mário Kerber, que criou o "Neuro" da "Fobias da Silva", conceberam a festa, que aconteceu das 19h15 até as 22h. O evento foi aberto para a comunidade. Na ocasião, autografei os livros daqueles que, por uma razão ou outra, não puderam comparecer ao lançamento (15/10). A noite foi bastante animada, embalada por um saxofonista que executou peças clássicas do repertório nacional e internacional. Na foto, estão os organizadores (Maria Teresa é a de cabelos longos) e o jornalista-escritor.

Sites que discutem Porto Alegre

Dois sites gerenciados por jornalistas que entraram no ar em novembro se propõe a comentar e discutir a cidade de Porto Alegre. O primeiro deles é o http://bovinenses.blog.de/, de uma jornalista gaúcha de 35 anos que assina como Ariela Boaventura. Ela é moradora do meu bairro, o Moinhos de Vento, e tem uma visão bastante crítica a respeito da capital gaúcha. Seu texto é fluente e inteligente e, embora possa haver os que não compartilhem de seus pontos de vista, o http://bovinenses.blog.de/ tem o extraordinário mérito de não seguir a linha de conformismo e oba oba que caracteriza os juízos sobre Porto Alegre.
O outro site que vale a pena ler é o http://www.poaboa.com.br/. Ele traz notícias, comentários e entrevistas que mostram uma Porto Alegre pouca vista em nossa imprensa. O editor é o jornalista Carlos Alberto de Souza. Souza trabalhou nos jornais Zero Hora, Folha da Tarde, Jornal do Brasil, Diário do Sul, Folha de S. Paulo e Jornal do Comércio. Também foi assessor de comunicação social da Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Procergs) e da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris).

Com o título de "O escritor que focou o Moinhos de Vento e desvendou o Estado", o site fez uma exposição bastante detalhada de meu pensamento em relação à cidade e uma análise muito pertinente sobre o meu livro, Moinhos de Vento - Histórias de um bairro de Porto Alegre. A foto ao lado retrata a mim, Carlos Augusto Bissón, sentado na Praça Maurício Cardoso, um dos pontos mais tradicionais do Moinhos. O próprio Souza a bateu.

Confira a entrevista em http://www.poaboa.com.br/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=8&Itemid=61

Opiniões sobre o livro do Moinhos

Se vc quer saber o que Luís Augusto Fischer (na Zero Hora), Jaime Cimenti (no Jornal do Comércio), o caderno ZH Moinhos e o Correio do Povo disseram sobre Moinhos de Vento - Histórias de um bairro de Porto Alegre, clique nos links abaixo:

1) http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2230990.xml&template=3898.dwt&edition=10859&section=997

2) http://www.hagah.com.br/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getPalavra&template=4062.dwt&section=Blogs&blog=77&coldir=1&busca=1&topo=&pg=1&palavra=Moinhos%20de%20Vento

3) http://jcrs.uol.com.br/colunistas.aspx?pCodigoColuna=11547&pCodigoColunista=134

4) http://www.cwaclipping.com/jornal/outubro/151008/cp04a.pdf