terça-feira, 19 de outubro de 2010

Pastor critica a "guerra santa" da campanha eleitoral


Dá vontade de aplaudir o artigo "Pelo fim da guerra santa nas eleições", escrito pelo Pastor Walter Altmann e publicado na Zero de domingo (17/10). Presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB), Altmann diz que é princípio fundamental da Reforma de Lutero (foto) o respeito à consciência de cada pessoa e que são "incompatíveis com a fé cristã as tentativas de sacralizar o embate político, sobretudo de satanizar ou demonizar pessoas ou forças políticas adversárias". E o pastor completa: "quem o faz (...) deve ser qustionado se não está sendo ele próprio instrumento da injustiça e do mal". No artigo, o religioso luterano prega que se avalie, "acima de tudo" as propostas dos candidatos Dilma e Serra, especialmente, entre outros tópicos, se elas são exequíveis e se avançam a justiça e a solidariedade no país. A postura assumida pelo Pastor Altmann é admirável num momento em que as seitas auto-intituladas "evangélicas" introduzem no cenário político o debate "medieval" sobre o aborto e prelados da Igreja Católica se dividem entre os que demonizam furiosamente Dilma e os que cerram fileiras em torno dela incondicionalmente. Cabe lembrar que que a Igreja de Confissão Luterana, cuja fé foi professada por muitos dos homens que construíram a industrialização gaúcha (Renner, Wallig, Gerdau, Bier etc), conforme demonstrei em meu livro Moinhos de Vento - História de um bairro de Porto Alegre (Editora da Cidade/IEL, 2° ed.), não foi sequer relacionada entre as 20 instituições religiosas consideradas pelo Censo do IBGE como representativas do povo brasileiro. Santa ignorância.

Serra e as criancinhas

Escrito por mim, este texto foi publicados nos sites de dois amigos meus, jornalistas do RS: www.previdi.com.br/ e http://www.deolhoseouvidos.com.br/
" Caros irmãos
O fato de a questão do aborto ter ocupado tanto espaço em nossa imprensa e na campanha eleitoral reforçou em mim aquilo que todos nós, brasileiros, sabemos: o Brasil é um país profundamente religioso. E, mais do que isso, visveralmente católico. Sendo assim, me convenci de que o que precisamos é de um presidente que seja, acima de tudo, fervoroso católico. Somente um governante católico poderia defender os dois valores mais importantes para o nosso país: o direito à vida, que é inalienável, e as nossas criancinhas, que são o futuro do Brasil. E, ao ver José Serra comungando na Basílica de Aparecida, ao constatar que sua mulher, Mônica (foto), estava tão tomada de êxtase cristão que lágrimas corriam-lhe pelas faces, eu próprio, compungido, concluí: Ecce hommo! Ou, mais brasileiramente, esse é o cara !
Porém, como Pedro naqueles instantes anteriores à sua negação de Jesus, somente uma dúvida atormenta meu coração, no momento em que mal contenho minha vontade de ir ao encontro do candidato tucano em Porto Alegre, como outrora os 12 apóstolos, de acordo com o livro santo, acorreriam ao chamado do nosso Salvador.
Minha dúvida é:
Será que Serra, eleito presidente e sendo tão profundamente católico, vai fazer com as nossas criancinhas o que os padres têm feito com os menininhos deles ?"